ATIVIDADES DO EIXO 3 - MEIO AMBIENTE E SAÚDE

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segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

UTILIZAÇÃO DO MICROCRUSTÁCEO Kalliapseudes schubartii EM TESTES DE ECOTOXICOLOGIA

Dentre todos os produtos químicos, o petróleo é um dos mais preocupantes em termos ambientais, principalmente pela toxicidade que pode causar em diferentes organismos. O presente trabalho visa observar a potencialidade de adequar o microcrustáceo Kalliapseudes schubartii em laboratório para realização de testes toxicológicos com sedimento contaminado com petróleo. Para adaptação deste invertebrado ao ambiente de laboratório é necessário testes de robustez para as variáveis abióticas limitantes mais significativas (temperatura e salinidade), além da avaliação do grau de sensibilidade da espécie à substâncias de referência. Os resultados mostraram que esta espécie em testes de toxicidade não deve-se utilizar temperaturas acima de 25ºC. Quanto a salinidade podem-se utilizar águas entre 15 e 35. A CL50/96h média obtida com o dodecil sultado de sódio (DSS) foi de 25,90 mg/l, com CV de 17,80%. A média calculada com os resultados obtidos nos testes conduzidos com zinco foi de 5,80 mg/l, com coeficiente de variação de 47,93%. Devido a alta variabilidade dos dados de zinco, a substância escolhida para ser realizada em conjunto aos testes com petróleo foi o DSS. A CL50/10dias do petróleo para o K. schubartii foi de 105740.50 ppm. De modo geral, as condições de laboratório testadas no presente estudo mostraram-se adequadas para utilização do Kalliapseudes schubartii em testes toxicológicos.
Conclusões:
1. As condições de laboratório testadas no presente estudo mostraram-se adequadas para adequação e testes com substâncias de referência com o Kalliapseudes schubartii.
2. O seguimento da metodologia realizada nos testes com petróleo só podem ser definidos como adequados, após um teste definitivo que, ao seu final, seja realizada análise química do sedimento para quantificar hidrocarbonetos que eventualmente tenham-se agrupado no sedimento.
3. Não houve influência da dieta alimentar em relação à sobrevivência do K. schubartii durante os testes.
4. Conclui-se que o K. schubartii é muito sensível a temperaturas atmosféricas acima de 25ºC. Mas, é bem resistente a variações de salinidade ente 15 e 35.
5. Nas temperaturas de 25 e 28ºC houve diminuição significativa da sobrevivência. Porém, o comportamento do K. schubartii em temperaturas abaixo de 18ºC não foi precisado. Assim, para testes de toxicidade com esta espécie deve-se utilizar a temperatura de 20ºC±1. Porém, é necessário estudos que ampliem a faixa de temperatura no processo de adequação.
6. O zinco apresentou CL50/96h de 5,80 mg/l (dp = 2,78%), porém com coeficiente de variação de 47,93%. Esta variação de coeficiente indica alta variabilidade entre os testes, e o uso do zinco, portanto, não foi recomendado para os testes com petróleo. Utilizando-se então o dodecil sulfato de sódio como substância de referência aos testes com petróleo.

(Adaptado de BRENDOLAN, R. Alves. Utilização do Microcrustáceo Kalliapseudes schubartii em testes de Ecotoxicologia. IBM, Niterói, 2004)

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